Arthur (Parte 4):
A chuva forte continuava. Sentia os pingos gelados caindo nas minhas costas como pedras. Não sei nem explicar o que eu sentia naquele momento. Meu coração?! Ah... Meu coração... Eu nem sabia mais o que era ter um coração, não sentia ele bater, como se minha vida ja extivesse ido embora quando eu percebi que perdi o amor da minha vida, minha Lua. E o pior é que era tudo culpa minha! Mais não tinha mais que me culpar, agora ja era tarde e ja estava decidido... O galho ja estava na minha mão, pronto para perfurar minha pele e acabar com aquele sofrimento logo de uma vez. Mais um medo invadiu meu peito. E se eu me cortasse e Lua aparecesse?! E se na verdade ela estivesse ainda viva?! ... Não! (Interrompi meus pensamentos) Eu tinha que aceitar o fato de não tê-la mais comigo, tinha que tomar coragem logo de uma vez e acabar logo com isso. Finalmente a ponta do galho começou a rasgar minha pele. Eu não sentia nada, pois doía muito mais minha alma de saber, alias, de não saber do paradeiro de Lua. Ja tinha cortado metade do caminho, agora faltava o resto para sair daquele mundo de uma vez. Mais, novamente, senti medo de terminar aquele serviço. Anda Arthur, toma coragem! Faz isso pela Lua!. Esse pensamento me encorajou, realmente, tinha que fazer isso pela Lua. Apontei denovo o galho para meu pulso. O sangue do corte que eu ja tinha feito não parava de escorrer, abundantemente, como se fosse uma fonte. Era bem vermelho e ia ficando claro quando a agua da chuva se misturava a ele. Um raio cortou o céu, e eu sentique era a horade continuar. Encostei a ponta do galho, ja ia puxar logo de uma vez, quando algo me interrompeu. Uma voz muito familiar gritou ao longe. Um grito desesperado de alguem pedindo socorro, alias, alguem não, podia reconhecer aquela voz a quilometros de distância, era a minha Lua! Uma alegria me invadiu e eu pude sentir meu coração bater, como se estivesse voltado a viver por dentro. Mais sera que era só uma alucinação, eu estava ficando louco?! Mesmo se fosse, eu queria viver aquela alucinação, como se fosse um sonho... Minha Lua estava viva!!
- LUA!! LUA!! - Gritei tão alto que acho que o mundo inteiro ouviu.
Levantei-me o mais rapido possivel. Olhei pra tras, e tentei limpar meus olhos, que estavam muito doloridos e embaçados de tanto chorar. Tive vontade de gritar! Ao longe, bem longe, avistei uma pessoa vindo em minha direção, correndo desesperadamente e tropeçando no meio do caminho. Era a minha Lua! Tinha certeza! Os cabelos loiros molhados ao vento eram inconfundiveis! Corri o mais rapido que pude para alcança-la, queria abraça-la, queria beija-la, queria passar a mão em seu rosto, seus cabelos, queria sentir que ela era minha denovo! A dor do corte começou a aparecer, como se eu tivesse ganhado a vida de um ser humano novamente, com todos os sentimentos possiveis de brinde! Tentei ignorar a dor, tudo o que eu queria era alcança-la. Mais conforme me aproximava, percebi que um homem corria em sua direção gritando seu nome. Ele estava a alcançando! Um desespero me correu pelo corpo. Ele a alcançou, puxou seus cabelos com tanta força que ela quase caiu no chão. Senti muita raiva, tanta raiva, que não sei da onde tirei forças para correr mais rapido do que ja estava. Quem ele pensava que era para machucar minha Lua daquele jeito?! Queria bate-lo, queria arrebenta-lo inteiro!! A raiva dele (muita raiva) e a saudade de Lua, esses eram os dois sentimentos que predominavam em mim.
Continua...
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